Dia das Mães

Cicatrizes…

Dizem que as cicatrizes da vida, independente da idade e motivo, devem causar orgulho… é porque elas permitem que possamos crescer e nos tornar um pouco melhor a cada dia, como todo acontecimento ruim.

Não considero o segundo domingo de maio como Dia das Mães, mas considero todos os dias delas… porque ser mãe não deixa de ser um acontecimento histórico.

Como diz uma amiga querida, as mães vêm embrulhadas nos mais variados “pacotes”. Temos as que ligam, as que ligam demais, as que não ligam, as despojadas, as autênticas, as loucas, as que esquecem dos filhos, as presentes mesmo distantes, as ausentes que moram perto, as que falam demais, as que falam de menos, as que partiram…

Elas residem em diferentes endereços… pensionatos, asilos, casas de família, hospitais, kitinets… umas são aposentadas e ganham pouco, outras vivem viajando e aproveitando a vida e ganham muito… outras ainda estão sós e se contentam com isso, e ainda outras procurando um companheiro para terminar com o pouco de vida que lhes resta.

Umas são trocadas por outros sentimentos maiores, outras esquecidas, outras são muito cobradas, criticadas, julgadas e condenadas, e outras sentem dentro do coração alguma coisa que não sabem definir, tentando compreender, porquês que a vida insiste em não responder.

Mas, uma coisa elas possuem em comum: um amor estúpido e idiota, que vai desde que sabem ou sentem que estão grávidas, até… até quando mesmo???!!! Acho que pra sempre…

Sabem, um presente não faz tanta diferença na vida de uma mãe… sim um carinho, um abraço apertado, um silêncio acompanhado de um beijo… mas nunca aquele beijo ou aquela visita por obrigação, que o filho faz porque “o que vão pensar”, “hoje é dia dela eu tenho que vê-la e dar alguma coisinha”, “meus irmãos vão eu também tenho que ir”, ou sei lá mais o que.

Não vou me estender, porque não quero chorar e porque não tenho mais mãe desde os 16 anos, e se existe algo em minha vida que eu tenho que me arrepender e chorar todos os dias é ter perdido ela tão cedo e não ter lhe dado em vida, o valor que ela merecia. Ah, se ela estivesse viva! Mas é tarde demais para pensar nisso… não existe tempo nem amor suficiente para compensar tudo o que foi perdido.

Ela permitiu que eu fosse a pessoa que sou hoje… reconhecida por uns e amaldiçoada por poucos. Porém, de uma coisa eu tenho certeza… tenho que seguir minha consciência e não minha reputação, porque consciência é o que eu sou, reputação é o que pensam de mim, e O QUE PENSAM DE MIM É PROBLEMA DELES. Frase de Bob Marley…

A todas as mães, o meu respeito e carinho… ser mãe é dolorido e é mentira que se esquece a dor… lembramos sim… das dores e das cicatrizes, e principalmente do desrespeito, mas de maneira diferente. E que me perdoem as pseudo-mães, porque elas existem sim, ser mãe deveria ser menos dolorido… saber dentro de si que devemos amar sim, mas ensinar a voar… e a partir disso, saber que nossos filhos não são nossos, são do mundo, e deixar que alcem vôos cada dia mais altos e bem longe de nós…

Meu maior exemplo de mãe? Não foi a minha não.

Foi Maria… mãe de Jesus. Ela deu seu filho ao mundo, sofreu e continuou amando. E Seu Filho, sempre a respeitou como MÃE e a compartilhou com todos os filhos no mundo.

Descobri que não sou assim.