Chic

Chic, um Guia Básico de Moda e Estilo, por Glória Kalil, 8ª. Edição, Editora SENAC – 1997, São Paulo.

Algo mais…

Chic é a pessoa que faz o melhor depoimento sobre sua identidade, e apresente seu estilo de maneira mais refinada, mais apurada, mais clara. Ela é chic quando interioriza todas as regras do bem vestir, do conviver, de maneira natural, sem esforços e sem sobressaltos. Nunca se tem impressão de esforço quando se olha uma pessoa chic.

Chic é quem conhece todas as peças do jogo – e joga com mais charme. Como se estivesse um truque, uma carta a mais que os outros. Sabe usar de um básico de forma criativa, enfrenta uma noite de gala com naturalidade, prepara com a mesma facilidade uma viagem de volta ao mundo ou ma mochila para o fim de semana. Uma questão de escolha, de atitude, e de sabedoria. Até o extravagante é natural nela. Tudo que faz e veste se parece com ela e com sua vida.

Ela tem mais do que estilo, ela tem o melhor estilo. Por isso é chic. Às vezes por extrema simplicidade. Outras, pelo requinte e sofisticação.

Chic com muito pouco.

Chic com muito.

Você também está com todas as cartas na mão.

Na realidade, estamos falando de um jogo especial, onde o que está em causa é a identidade de cada um. Mais um jogo que também diverte, ensina, e faz refletir. A moda é cheia de regras. Em compensação, oferece um grande privilégio, um presente raro: a liberdade total de escolher. Não é pouca coisa!

A vida tem de ser vivida da melhor maneira possível. Use seus conhecimentos, sua criatividade. Não leve o jogo da moda tão a sério, e vá em frente.

Os caminhos estão abertos. Agora é com você.

Essa é uma finalização, pode-se dizer assim, do livro da Glória Kalil, escrito por ela mesma.

Apesar de ter sido feito em 1997, ele possui dicas valiosas para todas as épocas, e gostei muito quando li que “estilo é o que faz de você única. É o seu modo de dizer ao mundo “sou singular”… e salienta que estilo é mais do que uma maneira de se vestir… é um modo de ser, de viver e de agir. São modos, não as modas e os modismos. O estilo é uma escolha pessoal. Ele nada tem a ver com moda, ela passa e o estilo permanece.

Gostei, e lembrei de alguns fatos que marcaram positivamente ou negativamente a minha vida.

Não estou gorda… eu sou gorda. Porque, pelo tempo que não estou me cuidando, não estou ligando para a minha aparência, deixo claro que “estou sem auto-estima, estou insegura, cansei do jogo de sedução, e dei um basta em minha vida social”.

“Trate-se bem que o mundo responderá da mesma maneira”… não sei de quem é essa frase, nem tentei procurar no Google, pai dos internaturas, como é o Aurélio dos “burros” como dizem… cá entre nós, pensamento meu, acho que ninguém tem obrigação de saber “trocentas” palavras sinônimas e antônimas… é de “bom tom”, escrever e falar bem nosso idioma apenas.

Você tem, acima de tudo, ver o que lhe cai bem, com o que você se sente livre e confortável, independente do que a moda impõe. É lógico que dentro dos conformes.

Não sou de usar saias curtas nem longas, porque sou baixinha, não fico bem. Uso acima do joelho – e tenho um amigo que diz que tenho joelhos lindos, sem convencimento, palavras dele.

Não uso cabelos curtos, porque não acredito no que dizem, que “com a idade, temos que cortar os cabelos”, porque com cabelos curtos, não fico bem. E uso longo, porque, apesar de baixinha e saber que ele achata mais minha silhueta, nunca pude usá-los longos – ora porque minha mãe não permitia (pensava cabelos longos idéias curtas, e eu tinha bronquite quando pequena), não tinha tempo de cuidar – tive quatro filhos que requeriam muito de meu tempo, pois trabalhava o tempo integral, fazia extras e o tempo que sobrava era para eles, enfim, agora estou abusando…

E meus filhos exigem que eu retoque os brancos que aparecem e não corte.

E, tudo isso, para dizer que uma vez ouvi, quando comprei uma sapatilha Grandene: “você não vai trabalhar com isso nos pés não é?  Sapato plástico no trabalho não fica bem.”

Hoje, sapatos plásticos estão na moda, são confortáveis, e, segundo Glória Kalil, “Sandálias de plástico são uma opção válida e moderna, quando estão em alta, desfilam inclusive à noite.”

Tenho um senso muito forte, um “sexto sentido”, porque não dizer assim, no que devo ou não vestir… no comportamento que devo ter em certas ocasiões, embora seja muito, “mooooooooito” singular e extrovertida… aliás, aprendi com o livro Como fazer amigos e influenciar as pessoas, de Dale Carnegie. Era uma pessoa negativa, pessimista e introvertida ao extremo, até que meu pai orientou para ler esse bendito livro. Fez bem e recomendo.

Também falo muito, mas sei a hora que devo me calar.

Bem, tive dois episódios que marcaram muito a minha vida. Um deles, foi, depois de 5 anos trabalhando em uma empresa, por uma atitude que tomei, ser taxada como “não fazia parte do perfil da empresa mesmo” –(mesmo sendo elogiada por clientes e pelos próprios colegas de trabalho), e quando tomei uma atitude por uma dor física, ser questionada de minha educação, da qual me orgulho. Mas, deixe pra lá… coisas passadas, que não devem ser lembradas. Serviu de lição, doeu muito na hora, mas passou, como tudo nessa vida passa. E até desculpei quem causou essa dor, porque me fez crescer, e fez eu perceber, que ninguém fere nem tem direito de julgar, condenar e criticar, porque ninguém é perfeito… e eu sou mais eu. Que só sinto alguma coisa, só invadem minha privacidade, só fazem eu me sentir mal – se  EU PERMITIR isso.

Que eles fiquem com seus pensamentos a meu respeito, porque não me acrescenta nem diminui nada… eles não tem direito de fazer com que eu me sinta inferior ou menosprezada, por aquilo que eles fantasiaram a meu respeito. “Cada cabeça uma sentença” e eles não são o maior exemplo de vida, em todos os sentidos.

Faço o melhor que posso, dou o melhor de mim e tenho amigos e conhecidos que me valorizam… mas, não posso fazer isso “subir à cabeça”… tenho que conservar minha humildade e continuar sempre, servindo. É o que me faz feliz. E, tenho erros sim, sou humana.

Penso assim: se Jesus que fez TUDO de bom, foi condenado, humilhado, açoitado, flagelado, pregado na cruz – sem querer comparar Ele comigo é óbvio, simples mortal , pecadora e humana, – quem sou eu para exigir tratamento VIP???

E assim, vou levando minha vida… que venham todos os tipos de críticas, julgamentos, condenações… desculpem (tive dúvidas se devia pedir), mas, o que Ele achar é que vai pesar no final.