Por que não me ufano do meu país

Por que não me ufano do meu país.

Hoje, Guilherme Boulos, o conhecido invasor de casas tomou posse como Ministro do governo Lula.

Compreende-se, ainda que se lamente.

Meliante com meliante se entendem, se reconhecem, se auxiliam na subida e manutenção no poder de um país que se degrada a olhos vistos, dia a dia, minuto a minuto.

Se já é muito difícil aceitar que um ser tenebroso como Boulos tenha sido alçado a um dos cargos mais importantes da República, mais difícil ainda é ouvi-lo pedir à plateia que lá estava para aplaudir sua ascensão política que fizessem um minuto de silêncio em homenagem “às vítimas” da operação da polícia do Rio de Janeiro contra perigosos criminosos do narcotráfico que reinam à vontade nos morros cariocas, atormentando a vida dos moradores daqueles locais, mantendo essas populações reféns da sua dominação, exigindo dinheiro e obediência cega aos seus desmandos.

Tais “vítimas” para os quais Boulos pede esse minuto de silêncio estão armadas até os dentes, com a inacreditável existência de fábricas de armamento pesado no local, com vidas pautadas por violência extrema, enquanto o cidadão comum está proibido de obter sua própria arma para defesa da sua vida.

Tais “vítimas” traficam, assassinam, assaltam, mas para o “Ministro” Boulos – a que ponto chegamos – são merecedores de reverências e homenagens do governo federal.

Para piorar o quadro, Lula, que está sendo nomeado nas redes sociais como “o presidente dos traficantes” estava presente no local, abaixou tranquilamente a cabeça e seguiu as ordens daquele que mais se aparenta a ele mesmo, física e moralmente falando.

Aliás, até o presente momento, o presidente brasileiro manteve-se mudo, ele que é esse falastrão por nós conhecido e que tanto discursa por qualquer nada em cima do seu palanque eterno.

Hoje, em momento tão grave, em que o país assiste o enfrentamento das facções criminosas, que se mostraram altamente organizadas em sua vida criminosa, preferiu a omissão, o manter-se calado, e sabemos todos que quem se cala, consente.

No Supremo Federal a coisa não melhora e tivemos hoje a fala de um Gilmar Mendes afirmando que a operação efetuada pela polícia do Rio de Janeiro foi “lamentável”.

Moraes, nosso alecrim dourado, também já apareceu na cena, e adivinhem qual a trincheira que escolheu para lutar.

Já está a postos, com seus conhecidos prazos de 24 horas para que o governo carioca justifique a morte de tantas vítimas da sociedade.

Pessoal, não há mais espaço para ingenuidades.

O Estado brasileiro, infelizmente, não está do seu, do meu, do nosso lado, e esse lado a que me refiro é a defesa do Estado de Direito, da lei, da ordem, da segurança pública, mas optou por defender e proteger tudo o que rasteja, que destrói, que despenca na vala comum do desastre civilizatório.

Enquanto isso, para todos aqueles brasileiros do bem, honestos e humildes presos, acusados e condenados a altas penas sem que nada tivessem feito a não ser uma manifestação política que desandou em vandalismo naquele 08 de Janeiro ainda não esclarecido devidamente, são acusados e nomeados como perigosos terroristas e para eles não há trégua, compaixão ou minutos de silêncio.

Fato é que a bandidagem tomou conta dos morros cariocas e os dominaram completamente, mas não somente os morros cariocas, mas também em planaltos brasileiros.
Silvia Gabas